e-revista Brasil Energia 485

Brasil Energia, nº 485, 29 de fevereiro de 2024 17 A segunda unidade de etanol de segunda geração (E2G) da Raízen, na Usina Bonfim, em Guariba (SP), está em fase final de comissionamento e deve chegar no fim do seu primeiro ano de operação a 60% da sua capacidade instalada de 82 mil m3/ano, segundo afirmou o CEO da empresa, Ricardo Mussa, durante a apresentação de resultados da Raízen em fevereiro. Segundo ele, em setembro, mais duas plantas, em construção adiantada, entrarão em operação, na usina da Barra, em Barra Bonita (SP), e na Univalem, em Valparaíso (SP), ambas também com a capacidade de 82 mil m3/ano. Mais outras duas estão em construção, com planejamento para a safra 2025/26, na usina Vale do Rosário, em Morro Agudo, e na usina Gasa, em Andradina, as duas também no estado de São Paulo e com a mesma capacidade nominal cada uma (82 mil m3/ano). Em fase de projeto, a Raízen tem mais três: na usina Caarapó, na cidade de mesmo nome em Mato Grosso do Sul, uma segunda em Tarumã (SP) e uma terceira ainda com local não definido. Seguindo o mesmo volume de produção das demais, as duas primeiras estão planejadas para a safra 26/27 e a terceira, para 27/28. Com as noves usinas em operação na safra 2027/28, a previsão é chegar a uma capacidade anual de 686 mil m3/ano. A única unidade em operação plena é a pioneira na Costa Pinto, em Piracicaba (SP), inaugurada em 2015 e com menor capacidade, de 30 mil m3, que serviu de experiência para o programa em execução. As usinas, segundo Mussa, já estão com a produção comercializada por meio de contratos de longo prazo com empresas top-tier em classificação de crédito, em um valor total aproximado de 4,3 bilhões de euros, sendo 3,3 bilhões de euros de um contrato assinado em 2022 com a Shell, uma das controladoras da Raízen em sociedade com o grupo brasileiro Cosan. Esses contratos, explicou o CEO, mantêm o programa de E2G, produzido a partir das biomassas não aproveitadas da produção sucroenergética, não só para impactar na redução da dívida, mas também como fonte de financiamento direto das plantas por meio do adiantamento de recebíveis. “100% dos recebíveis são aplicados na construção das plantas, o que torna os projetos de etanol de segunda geração autofinanciáveis”, disse. Embora na apresentação do resultados, a Raízen tenha apresentado apenas o cronograma de nove usinas de E2G, a estratégia divulgada nos últimos anos pela empresa é chegar a 20 usinas até a safra 2030/2031, com uma capacidade total instalada de produção anual de 1,6 milhão de m3, sob investimento de R$ 24 bilhões aplicados em todas elas. Esse planejamento não foi lembrado pelos executivos da empresa durante a apresentação de resultados.

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