e-revista Brasil Energia 485

52 Brasil Energia, nº 485, 29 de fevereiro de 2024 petróleo Já neste ano, a estatal vai lançar pelo menos três licitações para contratar o estaleiro e a empresa de destinação do aço para as plataformas P-26, P-37 e P-20. O governo projeta que apenas o investimento da Petrobras com os desmantelamentos de unidades produtoras pode injetar de R$ 15 bilhões a R$ 25 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB), caso todas as contratações sejam feitas no mercado nacional. A aquisição interna é uma prioridade da Petrobras, assim como já aconteceu com a P-32 e P-33. Para isso, a empresa vem conversando com entidades industriais, como a Firjan. Ao todo, a estimativa de investimento por um grupo de empresas petrolíferas é de R$ 57,1 bilhões, de 2023 a 2027, dos quais 90% (R$ 50 bilhões, segundo o plano estratégico da estatal) ficarão por conta da Petrobras. A estatal possui 63 plataformas para serem desmanteladas nos próximos anos, 23 delas até 2028. A maior parte do dinheiro será gasta pelas petrolíferas com o abandono permanente (R$ 34 bilhões), seguido de remoções de linhas (R$ 14 bilhões) e da unidade de produção (R$ 5 bilhões), assim como recuperação ambiental (R$ 2 bilhões), arrasamento de poço (R$ 1 bilhão), remoção dos demais equipamentos submarinos (R$ 1 bilhão) e de instalações associadas a unidades de produção terrestre. As previsões do total a ser movimentado são da ANP. O órgão regulador prevê que, em 2024, serão investidos R$ 11,3 bilhões em descomissionamento e que o pico, de R$ 13 bilhões, será atingido em 2025. Em 2023, foram R$ 9 bilhões. A Bacia de Campos, que está sendo revitalizada pela Petrobras, lidera o ranking das que mais possui sistemas de produção a serem desinstalados. Duas licitações – ambas vencidas pela Ecovix e Gerdau – já foram realizadas para o desmonte da P-32 e P-33, que estavam alocadas no campo de Marlim, na Bacia de Campos. As obras serão feitas em dique seco do Estaleiro Rio Grande (RS), por meio de um contrato de cerca de R$ 6 milhões. Cenário interno Há, atualmente no Brasil, 55 plataformas com mais de 25 anos de operação, considerado um marco de maturidade pela ANP; 39, na faixa de 15 a 25 anos e 75 com menos de 15 anos, de acordo com o órgão regulador. Na Bacia de Sergipe-Alagoas existem 23 com mais de 25 anos. E na Bacia de Campos, 16. As unidades mais maduras responderam por 5,6% da produção nacional de petróleo, no período de janeiro a outubro do ano passado. Já as mais novas, por 94%. A Shell e a SBM Offshore têm Plano de Descomissionamento de Instalações (PDI) já aprovados pela ANP, mas ainda não realizados, relativos aos campos de Bijupirá e Salema (FPSO Fluminense) e Cachalote (FPSO Capixaba), respectivamente. “A previsão é que o FPSO Fluminense seja rebocado para o estaleiro de reciclagem no primeiro semestre de 2024”, informou a Shell. A empresa contratou o dinamarquês MARS para isso.

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