Brasil Energia, nº 485, 29 de fevereiro de 2024 61 O primeiro leilão de transmissão deste ano, que será realizado dia 28 de março, na sede da B3, em São Paulo, se destina à construção e manutenção de 6.464 quilômetros em linhas de transmissão novas e seccionamentos e de 9.200 MVA em capacidade de transformação. Serão ofertados 15 lotes em 14 estados e R$ 18,2 bilhões em investimentos previstos. A reguladora estima a criação de 34,9 mil empregos diretos para a construção dos 69 empreendimentos a serem licitados. Os estados com obras previstas no leilão são Alagoas, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Segundo a agência, o investimento previsto já faz deste o segundo maior do gênero, atrás apenas do Leilão de Transmissão nº 2/2023, realizado em dezembro passado, cujo investimento estimado é de R$ 19,7 bilhões. Dos 15 lotes propostos, seis têm investimento previsto superior a R$ 1 bilhão. O destaque em termos financeiros é o item 6, cuja construção é estimada em R$ 3,4 bilhões, com 1.001 km em linhas de transmissão e duas subestações nos estados da Bahia e de Minas Gerais. Quanto ao prazo de construção, o mais longo é o do Lote 12, com 72 meses. O período se justifica porque a entrada em operação do lote depende da entrega da subestação Graça Aranha, que integrou o Lote 1 do Leilão de Transmissão nº 2/2023. O leilão contará com itens a serem integrados, o que condicionará a continuidade de alguns lotes ao sucesso de outros. O lote 12, com aproximadamente 400 km em linhas de transmissão em Maranhão e em Tocantins, está condicionado à aquisição do lote 1, com 534 km em linhas de transmissão e duas subestações no Ceará e no Piauí. Do mesmo modo, os lotes 14 e 15, que somam 1.145 km em linhas em Minas Gerais e na Bahia, estão condicionados ao lote 6. Reforço na interligação Nordeste com Sudeste-Centro Oeste Guilherme Zanetti, diretor do Departamento de Outorgas de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Interligações Internacionais do MME, destacou que o leilão 01/2024 encerra um ciclo junto com os dois certames de 2023. Ele também indicou que os lotes a serem leiloados, em sua maior parte, robustecem a interligação das fontes renováveis do Nordeste para o Sudeste- -Centro Oeste. De acordo com a EPE, dez dos 15 lotes respondem a essa lógica: do 1 ao 6 e do 12 ao 15 têm obras sinérgicas com os dois leilões do ano passado. Na prática, isso significa duas coisas: os empreendimentos complementam o que foi leiloado para as áreas sul da região Nordeste e norte de Minas Gerais (leilão 01/2023), e ampliam capacidade de interligação entre Norte/ Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste (leilão 02/2023). Os dez lotes também concentram a maior parte dos investimentos (R$ 17 bilhões), com 9 subestações previstas
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