104 Brasil Energia, nº 486, 19 de abril de 2024 meio ambiente serão coletados e analisados dados de alta resolução pelos pesquisadores. Um exemplo de equipamento que será usado é o sonar de varredura lateral, capaz de delinear perfeitamente uma estrutura no fundo do mar. Com ele, é possível identificar as dimensões de estruturas. Outra tecnologia permite mapear os relevos submarinos. É possível chegar com equipamentos a 5 mil metros de profundidade, mas, nessa expedição, os especialistas vão se manter em águas rasas. “Na parte geológica, vamos fazer o mapeamento do assoalho marinho. Esse mapeamento começa com a parte superficial e se aprofunda. Nossa perspectiva é encontrar as feições morfológicas que nos permitam mapear e caracterizar esse ambiente. Quais são os tipos rochosos...”, detalhou a pesquisadora da UFC. No futuro, também devem ser aplicadas tecnologias já usadas na Bacia de Santos, como inteligência artificial e drones. Atividades O primeiro passo para tirar a expedição do papel foi definir a área a ser investigada, de acordo com o pesquisador do Cenpes. O segundo foi montar um cronograma. Já no local, vão começar mapeando o fundo marinho e, em seguida, coletar amostras, as testemunhagens, para compreender a formação geológica da região. A grande novidade dessa expedição, em relação à primeira, de 2023, será a produção de imagens de alta qualidade para identificar a biodiversidade do ambiente, que poderá ser reconhecida também por meio da análise de DNAs presentes na água. Todas as informações serão distribuídas entre o Cenpes e as universidades, que, apesar do compromisso de manter as pesquisas em sigilo num primeiro momento, vão liberá-las à comunidade científica em seguida. “A gente vai se debruçar sobre os dados, fazer um pós-processamento e, em laboratórios do Cenpes e de universidades brasileiras, serão analisadas as amostras físicas de sedimentos e faunas”, afirmou Barros Neto. O navio Vital de Oliveira é compartilhado pela Petrobras, Marinha, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). A operação é militar, mas a decisão sobre as expedições parte de um comitê gestor formado pelos quatro membros. n Assista à entrevista completa com o biólogo marinho do Cenpes, Halesio Milton de Barros Neto:
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