e-revista Brasil Energia 486

Brasil Energia, nº 486, 19 de abril de 2024 19 mar esse risco na frente da Petrobras. É possível que existam outras oportunidades que não tenham sido exploradas por falta de iniciativa? Certamente. No mundo todo a exploração oscila conforme o preço do petróleo. Isso aconteceu em 2014. Só que, ao longo do tempo, o preço do petróleo foi reagindo e o Brasil não reagiu (na atividade exploratória) no ritmo esperado, por conta do desafio da Petrobras de desenvolver o pré-sal. A sensação de fora é que a Petrobras disse assim: não vou me preocupar com isso porque já tenho trabalho demais para desenvolver o pré-sal. Mas a carteira de projetos de uma companhia não pode ter só o curto prazo. Se eu tivesse que fazer uma crítica a esse momento da falta de exploração, eu diria que, no mínimo, a política da empresa minimizou o longo prazo. Faltou planejamento? Não sei se faltou planejamento ou se foi intencional. Você lembra que o ministro em exercício dizia que a Petrobras não seria nada em 10, 15 anos. Se a decisão é essa, então realmente não há motivo para explorar. Aparentemente, a política da empresa era de venda. Então, se é de venda, outro vai explorar. Isso foi ultrapassado. Estamos num outro momento e espero que a Petrobras se torne um pouco mais agressiva em termos exploratórios, num compasso esperado considerando o atual preço do petróleo no mercado internacional. Se houver um esforço exploratório maior no pré-sal, é possível ainda ter uma grande descoberta? Vamos descobrir mais no pré-sal? Vamos. As descobertas serão do tamanho de Lula (atual Tupi) ou Búzios? Provavelmente, não. Qual o caminho para o pré-sal? O que é o campo de Wahoo, da Prio, se não uma pequena oportunidade no pré-sal, para produzir 40 mil barris em águas ultraprofundas, que sequer se pagaria se fosse desenvolvido sozinho. A Prio está fazendo um tieback de uma plataforma que já está em operação. Do contrário, o projeto não seria viável. A gente tem que entender que tem coisas para abordar, mas elas estão se escasseando. Eu, particularmente, enxergo o futuro do pré-sal e da Bacia de Campos com muitas oportunidades de tiebacks. Mas os volumes de produção são pequenos... Ainda assim, eles ajudam a reduzir custos e a estender a vida produtiva. n ...enxergo o futuro do présal e da Bacia de Campos com muitas oportunidades de tiebacks

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