e-revista Brasil Energia 486

Brasil Energia, nº 486, 19 de abril de 2024 29 realizando o que o CEO chama de rotação de ativos. De acordo com ele, além desse objetivo, a EDP vê a transição energética como uma das metas em investir em transmissão, ao lado do investimento no Brasil. Em relação aos três lotes arrematados no último leilão, Cruz adianta que eles poderão ser negociados no futuro, como parte da estratégia de rotação de ativos. Agnes da Costa, diretora da Aneel, resumiu os números do leilão, destacando o deságio médio de 40,78% e o RAP alcançado superior a R$ 1,7 bilhão. Com isso, ela estimou uma economia de R$ 30,1 bilhões para o consumidor final, considerando a negociação dos 15 lotes, que somam 6.464 km de linhas de transmissão e subestações com capacidade de transformação de 9.200 MVA, localizados em 14 estados. O ONS, por sua vez, destacou a previsão de investimento de R$ 18 bilhões nos projetos de construção e manutenção das linhas de transmissão. "Assim como ocorre no segmento de energia em todo o mundo, o setor elétrico brasileiro passa por transformações aceleradas e as plantas eólicas e solares são o motor de crescimento do parque gerador brasileiro”, disse Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral da instituição. Para ele, a ampliação da transmissão é essencial para a integração desses projetos ao SIN e para a consolidação do processo de transição energética. | POR NELSON VALENCIO | O primeiro leilão de transmissão do ano, realizado no dia 28 de março, aconteceu sem surpresas, segundo analistas ouvidos pela Brasil Energia. Três proponentes – Development Fund Warehouse, Eletrobras e EDP - arremataram dez dos 15 lotes disputados, representando 82% dos investimentos previstos de R$ 18 bilhões. Para Franceli Jodas, líder de energia da KPMG Brasil, a competitividade marcou o evento, com vários proponentes para cada lote, o que explica o deságio médio de 40,7%. “O que mais chamou a atenção foi a Eletrobras retomando os investimentos, mas também a presença de vários players tradicionais como EDP e Engie, que não levou nenhum lote, mas participou da disputa”, explica. De acordo com ela, a presença de grupos já estabelecidos também deve ser um tranquilizador para a execução das obras. Franceli aposta no uso mais intensivo de tecnologias como gêmeos digitais e Inteligência Artificial no suporGrandes players somam 82% de investimentos no primeiro leilão de 2024 Analistas ouvidos pela Brasil Energia apontam que presença de grupos já estabelecidos deve ser um tranquilizador para a execução das obras, e apetite para leilão de setembro pode continuar

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