e-revista Brasil Energia 486

Brasil Energia, nº 486, 19 de abril de 2024 85 Conteúdo oferecido por to para estarem prontos em um ano e pouco, depois de muito trabalho.” E que serviços são esses? Destri explica que, no caso das plataformas, só para chegar ao estaleiro precisa de calado de 10 a 12 m, indisponível nesses dois portos capixabas, o que demanda serviços de dragagem. “Nós temos que ter um atracadouro propício pra ela chegar e ficar abrigada. Para desmantelar, temos que ter guindastes e toda uma estrutura de corte, temos que estar preparados de acordo com as normas regulamentadoras brasileiras, que são 38 NRs. Temos que estar preparados para limpar e recolher esse resíduo e mandar para uma estação de tratamento”. Já o descomissionamento, que antecede o trabalho do desmantelamento da plataforma, inclui a desconexão das linhas submarinas, liberação da plataforma e linhas e transporte de tudo até os limites do estaleiro. - É toda uma infraestrutura do ponto de vista físico, ambiental e humano, de treinamento, uma senhora oportunidade para o Espírito Santo. Então é isso que esses dois estaleiros, se quiserem, terão que se preparar para fazer, sentenciou o consultor. “E por incrível que pareça, esse desmantelar, que parecia uma coisa fácil, está se tornando uma coisa complicada pelo desconhecimento que se tem de fazer isso em larga escala. Hoje, se nós temos que pegar as linhas e cortar, encontramos oito camadas entre aços e plásticos, e para cada camada dessa existe uma ferramenta de corte. Hoje tudo está muito manual, com risco para o ser humano, tem custo pela demora e é preciso mecanizar mais. Para se ter ideia, a última vez contei 58 oportunidades para profissionais diferentes numa cadeia de descomissionamento. No entender de Destri, o Brasil perdeu muita oportunidade de aprender com esse mercado, quando mandou várias plataformas para serem desmanteladas no exterior. O FPSO Capixaba foi embora, o Rio de Janeiro, o Rio das Ostras e o Piranema também. “Essas nós não aprendemos. Estamos aprendendo agora com a P-32 e a P-33 e está dando muito problema. No mundo, o desmantelamento é um mercado enorme, estimado em 200 plataformas por ano” “Até 2020 tínhamos a resolução 27/2006, que precisou ser revista. Criou-se a 817, com a qual estamos aprendendo a trabalhar. Uma excelente oportunidade para todo mundo e tudo isso vira negócio; a sucata sem contaminante, limpeza e tratamento do óleo, imagina! Técnico de segurança, técnico em meio ambiente, químicos, estação de tratamento, mecânica, elétrica, instrumentação”. Para o consultor, muitas dessas atividades sustentarão uma nova indústria. “Pensa, mesmo o técnico de química ou um engenheiro químico vai ter que fazer muitos testes que até então não conheciam. Ele conhece a química? Conhece, ele estudou. Tem a teoria dele? Sim, mas ele vai ter que botar em bancada, testar para limpar, isso vai demandar tempo e é a oportunidade”.

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