90 Brasil Energia, nº 486, 19 de abril de 2024 petróleo | POR FERNANDA NUNES | A ANP projeta um crescimento expressivo do investimento na Bacia de Sergipe e Alagoas apenas em 2027. Até lá, a região será beneficiada, basicamente, com abandonos permanentes e descomissionamentos no ambiente marítimo. As informações fazem parte de estudo apresentado pela diretora Symone Araújo, durante evento no Rio em março, e também do painel dinâmico divulgado no site do órgão regulador. Segundo a apresentação da diretora, a projeção é que o investimento na Bacia de Sergipe-Alagoas acumule R$ 33,4 bilhões de 2024 até 2028. O estado de Sergipe vai ficar com a maior parte, R$ 32,1 bilhões (96,3% do total), enquanto Alagoas receberá os demais R$ 1,3 bilhão (3,7%). A maior parte deste total é esperada para entrar daqui a três a quatro anos, quando forem instalados os FPSOs Sergipe Águas Profundas I e II, pela Petrobras. Em 2027 devem ser gastos R$ 420 milhões na instalação da unidade e, no ano seguinte, mais R$ 200 milhões, caso o cronograma da estatal seja mantido. Enquanto isso não acontece, a indústria de óleo e gás vai injetar dinheiro em Sergipe-Alagoas, sobretudo, com atividades relacionadas a suspensão de projetos. Em seu painel dinâmico, a ANP prevê a realização de 52 atividades de abandono permanente em 2024. O pico acontecerá em 2026, com 85 unidades. A ANP ainda informa investimentos em cerca de R$ 620 milhões em descomissionamentos de unidades de produção e de linhas, no ambiente marítimo, apenas neste ano. O grande projeto que vai destravar os investimentos será o de Sergipe Águas Profundas, mas o seu desenvolvimento esbarra na contratação dos FPSOs. A entrega de proposta da licitação para a contratação das duas plataformas aconteceria em março, mas foi adiada para junho por falta de competição. Com isso, é possível que o primeiro óleo seja adiado de 2027 para 2028. “O que podemos fazer é colocar o estado à disposição para aquilo que for possível dentro da sua competência, como o plano estadual de incentivos. O que temos feito é conversar com a Petrobras para saber de que forma é possível contribuir”, afirmou à Brasil Energia o secretário estadual de desenvolvimento de Sergipe, Valmor Barbosa. n Sem SEAP, investimento em SE se concentra em abandonos A bacia de Sergipe-Alagoas será beneficiada de fato apenas após a instalação dos FPSOs do projeto da Petrobras para águas profundas. Enquanto isso, prevalecem os descomissionamentos.
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