Bath County: usina de 3GW na Virginia (EUA), segunda maior reversível do mundo Brasil Energia, nº 489, 29 de novembro de 2024 39 O engenheiro e especialista em armazenamentos Julian Hunt, que atuou nos dois P&Ds pelo Gesel e que hoje está na Arábia Saudita, na King Abdullah University of Science and Technology (Kaust), pesquisando localizações para armazenamento de água dessalinizada para o governo local, vê o desenvolvimento das UHRs no Brasil mais associado à complementação da geração eólica e afirma não faltarem locais para construí-las, inclusive na região Nordeste, onde ficam os principais clusters eólicos do Brasil. “Só precisa que tenha água e altitude”, destaca. Defensor ferrenho das soluções hidrelétricas, embora, assim como Brandão, entenda que a solução mais imediata para o desequilíbrio trazido pela expansão da fonte solar virá das baterias, especialmente pela vertiginosa disponibilização e barateamento da alternativa, Hunt é autor de um mapeamento no Brasil que identificou oportunidade de UHR até conjugada ao Canal Norte da transposição do São Francisco, no Sertão da Paraíba. O recém-lançado manual de inventário das UHRs encerra seus dez capítulos com um projeto completo para a construção de uma UHR de 2 GW (18 horas de armazenamento) associada ao reservatório da UHR Irapé (360 MW), no rio Jequitinhonha, usando apenas 1% da água do pequeno reservatório da usina. Com uma ótica alinhada à visão de Hunt, o projeto busca sinergia com o cluster eólico do Norte de Minas Gerais. O custo da usina seria de R$ 12,97 bilhões, ou R$ 6.484 por kW instalado. Brandão avalia que o reservatório de uma UHR desse porte pode ser feito em uma área de apenas 10 km2, menor do que o limite máximo definido pela regulação para o reservatório de uma PCH, cuja capacidade máxima é de 30 MW, que é de 13 km2. Para o especialista, a publicação do manual representa uma importante contribuição do setor para preencher uma lacuna até então existente. Se é necessária e viável econômica, social e ambientalmente, o que falta para sair do papel? Brandão responde que falta política pública que defina diretrizes para a Aneel traçar as regras para a elaboração dos projetos, proporcionando segurança aos investidores. “Resolvido isso, que é uma tarefa do Executivo, garanto que vamos ter muitos projetos”, conclui. Foto: Divulgação/NHA
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