e-revista Brasil Energia 492

Brasil Energia, nº 492, 28 de março de 2025 109 Além desse movimento, há os modelos tradicionais. Buosi lembra que o histórico dos investimentos sustentáveis no Brasil partiu do mercado de ações. Segundo ela, desde o começo dos anos 2000 os primeiros instrumentos de financiamento vieram dessa fonte. “Tínhamos vários índices de sustentabilidade da bolsa e os fundos seguiam os parâmetros deles, investindo em empresas com as melhores classificações”, destaca. A aquisição de empresas, com investimento de capital, também faz parte do jogo, na avaliação da especialista. Ela mesma, como especialista, trabalha para avaliar a consistência de práticas de sustentabilidade de empresas do setor de energia, de forma que elas possam receber investimentos de fundos temáticos. Outra alternativa de financiamento vem dos próprios grupos do setor. “Grandes empresas, em muitos casos, são internacionais, com operação no Brasil. Elas adotam financiamento próprio porque no cenário de juros brasileiro, podem captar o crédito mais barato no exterior e passar o dinheiro para a operação local”. Para as empresas de menor porte, os financiamentos verdes também podem ser viáveis no modelo de blended finance. O avanço da taxonomia de sustentabilidade, por sua vez, pode reforçar a necessidade de participação da indústria nacional nos empreendimentos de energia, reduzindo os custos de importação – e financiamento – em dólar. “O investimento sustentável também passa pelo impacto social e questões como incentivo à indústria nacional e geração de empregos devem ser encaminhados”, finaliza Buosi. n Esta matéria é parte integrante da Série Especial “Novos Modelos e Tecnologias em Energia”, produzida pela Brasil Energia com o apoio de Parque eólico Rio do Vento, da Casa dos Ventos no Rio Grande do Norte: expansão foi financiada com green bonds

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