e-revista Brasil Energia 492

Brasil Energia, nº 492, 28 de março de 2025 31 José Almeida dos Santos, geólogo-UFRJ, é consultor na área de energia. Escreve na Brasil Energia mensalmente. José Almeida dos Santos Coautores: Kazumi Miura, Normando Lins e Bruno Leonel Comparada com a história da indústria de petróleo americana e russa, datada de meados do século XIX, a trajetória da indústria brasileira é relativamente recente. O primeiro poço descobridor de petróleo no Brasil foi perfurado em 1939, na Bacia do Recôncavo, seguido da descoberta de vários campos, começando com o Campo de Candeias, em 1941. A Petrobras foi criada em 1953 para ser a gestora desse setor e acho que o fez com grandes méritos. A exploração se espalhou para todo o Brasil e, já em 1963, foi descoberto o campo de Carmópolis, na Bacia de Sergipe, um dos maiores campos terrestres do país, produzindo até hoje. Em 1979, houve a descoberta de petróleo na Bacia Potiguar. Em 1998, pelo Decreto nº 2.455 e a criação da ANP, foi retirada, da Petrobras, parte dos diretos e obrigações do monopólio. E mais recentemente, por questões estratégicas, a Petrobras resolveu vender, praticamente, todos os campos terrestres de óleo e gás. Com a atração de novas empresas, o setor se tornou mais competitivo, seja pela possibilidade de aumentar o fator de recuperação em reservas já existentes, seja com novas descobertas. Assim, uma nova fase de exploração e produção de petróleo em terra se iniciou no Brasil. O país tem hoje reservas terrestres da ordem de 500 milhões de barris de óleo e pouco mais de 140 bilhões de m3 de gás, volumes pouco expressivos comparados aos dados do offshore. Todas as bacias terrestres produtoras já estão em estágio bastante avançado de exploração e produção, exceto as bacias de Solimões, do Amazonas e do Parnaíba, além daquelas que ainda não produzem. O aproveitamento de toda a estrutura existente, dos poços ainda ativos e do material técnico disponível, tais como sísmica, perfis, rede de dutos e recursos humanos, boa parte oriundo da Petrobras, está sendo útil para a recuperação de mais óleo e gás. Já se observa uma tendência de crescimento de algumas empresas, com novas aquisições de ativos e até fusões entre elas. Existem também negócios de venda de alguns campos menores para empresas de pequeno porte, indicando uma tendência natural do setor. Autossuficiência em gás - A produção brasileira de gás está em torno de 150 milhões de m3/dia, dos quais 132 milhões de m3/dia são oriundos de campos marítimos e, destes, mais de 50% são injetados ou queimados, por falta de estruturas para transporte. Já o consumo nacional de gás gira em torno, atualmente, de 85 milhões m3/dia, nem todo atendido pela produção nacional. O Brasil importa, em média, 15 milhões de m3/dia da Bolívia e a produção de gás terrestre poderia substituir parte ou toda essa importação, como veremos a seguir. As maiores produtoras em terra são as bacias do Solimões, do Parnaíba e do Amazonas, afetadas pelo isolamento geográfico e a falta de estrutura para escoamento de todo seu potencial. O potencial da produção de gás nas bacias terrestres Continue lendo esse artigo em: petroleoegas/o-potencial-da-producaode-gas-nas-bacias-terrestres

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