Brasil Energia, nº 492, 28 de março de 2025 43 o salário legal. Isso contribui para a Engenharia não atrair bons candidatos no início do processo. É uma situação muito constrangedora. É preciso atrair bons candidatos, formar bons profissionais e depois retê-los na indústria de óleo e gás, que, na média, mantém um padrão mais elevado de salários para seus engenheiros. Esse é um problema local? É brasileiro. Ele começa no ensino básico e médio. É muito difícil para a faculdade conseguir suprir o déficit. Vejo também que a capacidade de dedicação e concentração dos alunos tem diminuído, porque eles têm mil distrações presentes. Acho, por exemplo, o ensino a distância excelente, mas vejo uma dificuldade grande de se comprovar que o aluno formado nessa modalidade consegue entregar o esperado dele. Há também uma barreira na comunicação do setor de óleo e gás sobre os atrativos da indústria com as escolas e universidades? A indústria de óleo e gás não é boa de comunicação. Há uma timidez para mostrar tudo o que é feito e para ser atraente aos jovens. Tem outro ponto. No passado, quando eu estudei, vários professores das faculdades de Engenharia eram profissionais da indústria. Hoje, são poucas as universidades com professores com esse perfil. A vantagem era que eles traziam a visão do mercado para próximo dos alunos. A grade curricular também precisa refletir a prática. A comunicação é um problema? É. As empresas deveriam buscar as universidades para esclarecer o que acontece, o quanto é desafiador tecnicamente e o quanto é atraente a indústria de óleo e gás. Existe até mesmo uma confusão na comunicação sobre essa ser uma indústria de energia ou de óleo e gás… Não gosto que seja dito que o óleo e gás é um subproduto da energia. Ninguém vai ficar fingindo ser um engenheiro de energia para não dizer que está trabalhando com óleo e gás. O que tem que se mostrar é que o que comumente se chama de transição energética é, na verdade, uma adição energética. Não houve A indústria de óleo e gás atua com probabilidades. Quando há sócios, há uma grande necessidade de diálogo. Essa é uma competência importante
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