Brasil Energia, nº 492, 28 de março de 2025 69 O mercado de armazenamento de energia com baterias deve demandar investimentos superiores a R$ 22,5 bilhões até 2030 no Brasil. A estimativa é do Estudo Estratégico de Armazenamento de Energia 2025, realizado pela Greener. O cenário é reflexo do resultado positivo do ano passado, que registrou um crescimento de 89% da demanda de equipamentos para sistemas BESS frente a 2023. Segundo o documento, a maioria dos sistemas será instalada no país ao longo de 2025. A confiabilidade foi mapeada como o principal motivador para a instalação de sistemas de armazenamento junto ao consumidor em decorrência das quedas de energia frequentes e interrupções prolongadas, que causam prejuízos aos consumidores. O Brasil instalou ao menos 685 MWh de armazenamento até 2024, de acordo com a Greener. Do total, pelo menos 270 MWh foram implementados no ano anterior. O estudo também mostra que 70% da capacidade instalada de armazenamento no país é para atender sistemas isolados, sendo 304,5 MWh para sistemas individuais (SIGIF) e microsistemas (MIGID), e 176 MWh para off-grid. Cenário global A demanda global por baterias cresceu exponencialmente, impulsionada por fatores como integração de energias renováveis, mercado de veículos elétricos e infraestrutura de redes. O estudo prevê 80,5 GW para 2025, aumento de 20% em comparação aos 66,6 GW contabilizados no ano passado. A expectativa é que a capacidade instalada de armazenamento de energia por meio de baterias no mundo totalize 759 GW até 2030. As economias da China, dos Estados Unidos e da Alemanha vão liderar a expansão a partir de 2024, enquanto as demais regiões vão fortalecer o avanço global da tecnologia. Na China, o apoio do governo impulsiona a tendência. A liderança do país no setor é resultado dos subsídios que aceleram o avanço de tecnologias, como baterias de íon de lítio, e um novo plano que visa reduzir os custos do BESS em 30% até 2025. Já nos Estados Unidos, o mercado cresce com o apoio de créditos fiscais de 30% oferecidos pelo Inflation Reduction Act. A Califórnia lidera a expansão, exigindo BESS em todos os novos edifícios, de acordo com a Greener. Na Alemanha, a adoção de BESS é impulsionada por incentivos como isenções de taxas de rede, subsídios financeiros para instalação e programas de financiamento. O país também investe em tecnologias de armazenamento para diminuir a dependência de combustíveis fósseis e aumentar a capacidade de renováveis. Por fim, as regiões da América Latina e do Pacífico também estão ampliando os investimentos, conforme aponta a consultoria. As regiões seguem atrás das economias avançadas pelas barreiras regulatórias e altos custos de capital. n
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