Brasil Energia, nº 492, 28 de março de 2025 7 Manuela Kayath, presidente do conselho de administração da MDC Energia, fez uma aposta em 2018 que está se mostrando cada vez mais acertada. Foi nesse ano que a empresa liderada pela executiva inaugurou no aterro de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, a primeira unidade no Brasil de produção de biometano voltada para injeção em gasoduto, adicionado à rede da distribuidora local, a Cegás. Na época, embora já existissem discussões sobre o imenso potencial de exploração do biogás no país, nenhum outro projeto tinha ido tão longe na valorização do energético, até então mais aproveitado na sua forma in natura, para pequenos projetos de geração elétrica. A GNR Fortaleza, como foi batizada a unidade sofisticada de purificação do biogás, passou a injetar 90 mil m3 por dia na rede da Cegás, o que corresponde a 20% da demanda da concessionária cearense. Ainda hoje trata-se do único projeto do gênero no país. Quase uma década depois do investimento pioneiro da MDC, hoje o biometano é considerado, junto com outras alternativas de biocombustíveis, a bola da vez, principalmente depois da promulgação em outubro de 2024 da lei Mercado de biometano vai deslanchar com mandato e certificados de origem O mandato de compra obrigatória de biometano, definido na lei do Combustível do Futuro, e os certificados CGOBS vão, finalmente, destravar o mercado de gás renovável no Brasil. Esta é a análise de Manuela Kayath, presidente do conselho de administração da MDC Energia, pioneira na produção de biometano em aterro de lixo voltada para injeção em gasodutos. Em entrevista à Brasil Energia, ela detalha o acordo com a Lara para novas plantas em aterros e fala sobre as perspectivas promissoras para o mercado | POR MARCELO FURTADO |
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