Brasil Energia, nº 493, 28 de abril de 2025 15 O tamanho do leilão é uma das principais preocupações para Markus Vlasits, presidente da Absae, a associação do setor. “Precisamos de um volume que faça diferença para o setor elétrico e que também consiga atrair investidores”. Preço é outro item importante na balança, no entender de Leonardo Carmo, da UCB Power. Para ele, os valores podem atingir um platô por volta de 2026, na faixa de até R$ 800/kWh. E o regramento, segundo Bernardo Nunes, consultor da Deloitte, “será preponderante”. Vlasits, presidente da Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae) espera que a Aneel não opte por um leilão “experimental” de cerca de 800 MWh. Ele assegura que o mercado de armazenamento poderia entregar de 15 a 20 GWh de capacidade ao longo dos próximos anos, mas como se trata do primeiro leilão do gênero admite como razoável a colocação de 2 GW de potência para atender uma demanda de quatro horas, resultando em 8 GWh. O mercado atual de projetos instalados ou em instalação no Brasil está estimado em 900 MWh de capacidade e deverá ultrapassar a faixa de 1 GWh ainda no primeiro semestre, nos cálculos de Vlasits. É um número “tímido” em sua opinião, considerando que em 2024, somente em novos projetos, as tecnologias de BESS* teriam agregado cerca de 170 GWh de capacidade no mundo todo, graças à queda de preço dos sistemas de armazenamento combinada com a flexibilidade oferecida pela tecnologia. O perfil dos competidores Entre os empreendedores potenciais, o presidente da Absae lista várias empresas internacionais que já estariam até avaliando terrenos próximos a subestações mais atrativas para a implantação de BESS. De um modo geral, são operadores de transmissão, empresas de geração eólica e solar ou de geração distribuída, que hoje operam blocos de autoconsumo remoto e de geração compartilhada. “Há também agentes do mundo termelétrico, que podem aproveitar a margem de escoamento da usina térmica e instalar um sistema de armazenamento ao lado da subestação a que estão ligados”. Sistema de baterias BESS da Moura instalado na UFMG, em parceria com a Cemig, é o primeiro a interagir diretamente com uma rede de distribuição de energia
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