e-revista Brasil Energia 493

Brasil Energia, nº 493, 28 de abril de 2025 53 Em março último, cientistas do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), vinculado ao Ministerio da Ciencia, Tecnologia e Inovaç o (MCTI), anunciaram uma nova enzima, que tem como principal atributo o seu potencial para impulsionar a produção de etanol de segunda geração (E2G). Batizada de CelOCE (do inglês, Cellulose Oxidative Cleaving Enzyme), a enzima demonstrou grande eficiencia na quebra da celulose presente em grande quantidade nos residuos agricolas. A pesquisa foi desenvolvida nos últimos cinco anos pelo CNPEM em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisa para Agricultura, Alimentos e Meio Ambiente da França (INRAE, da Universidade Aix Marseille), e com a Universidade Técnica da Dinamarca (DTU). A expectativa é que a CelOCE contribua, portanto, para resolver um dos principais obstáculos para a expansão da produção do E2G, que é justamente a baixa eficiência no aproveitamento da celulose. “A CelOCE aumenta em mais de 20% a bioconversão de celulose em biocombustíveis e outros bioquímicos. Isso significa que pode ser produzido mais etanol, por exemplo, sem a necessidade de expansão de áreas agrícolas”, destaca o lider da pesquisa, Mario Murakami. No CNPEM, a descoberta vem sendo tratada como uma quebra de paradigmas. Segundo Murakami, a grande descoberta anterior nesta frente, ocorrida ha mais de 20 anos, proporcionou um ganho de liberaç o de aç car em torno de 10%. “Esta descoberta aumenta em mais de 20% essa liberaç o. Ela representa o dobro do incremento em relaç o a ultima grande revoluç o na area”, compara. A maior eficiencia na produço de etanol vem acompanhada de reduç o do desperdicio de materia-prima, menor necessidade de novas areas de plantio e contribuiç o para a sustentabilidade, Plantio de cana-de-açúcar no Paraná: a enzima CelOCE vai permitir aumentar a produção de etanol sem necessidade de ampliar áreas agrícolas Foto: Divulgação

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