e-revista Brasil Energia 485

50 Brasil Energia, nº 485, 29 de fevereiro de 2024 Continuação Ieda Gomes de equipamentos e instituições de pesquisa para desenvolver tecnologias de ponta, como eletrolisadores de alta eficiência e sistemas de armazenamento de hidrogênio. • Rodadas de alocação de hidrogênio verde: O reconhecimento de que é necessário criar demanda, para movimentar a cadeia de produção e de suprimentos, levou o governo a implementar rodadas de alocação, onde os projetos de produção de H2 recebem um pagamento relativo à diferença entre o preço do hidrogênio e o preço do gás natural, em contratos de 15 anos de duração. Em 2022 foram selecionados 20 projetos, totalizando 408 MW de capacidade de eletrolisador. Em 2023 foram selecionados 11 projetos, totalizando 125 MW de capacidade de eletrolisadores, a um preço de $ 304/MWh, equivalente a $12/kg H2. O preço do gás natural no hub TTF para entrega em março/2024 é de $ 31/MWh, configurando um subsídio maciço de $ 273/MWh a preços de 2024. Os projetos vencedores somente receberão os subsídios, totalizando $ 2.5 bilhões, quando entrarem em operação, mas esses projetos inicialmente receberão aportes de $ 113 milhões durante a construção, através do Fundo Net Zero Hydrogen. Além disso, os projetos selecionados devem ter emissões máximas de 2,4 kgCO2/kg H2. O governo britânico pretende realizar rodadas anuais, com o objetivo de atingir a meta de 10 GW até 2030. Em suma, mecanismos de incentivo à criação de demanda são essenciais para desenvolver a produção de hidrogênio e sua cadeia de suprimentos. Mas a magnitude dos subsídios necessários é um fator condicionante para definir se o Brasil deveria incentivar projetos de exportação em lugar de servir o mercado doméstico. Além disso, a Lei do Hidrogênio de Baixo Carbono em tramitação no Senado Federal prevê um teor máximo de 4 kgCO2/kg H2, o que poderia limitar as oportunidades de exportação, em função dos limites mais estritos na Europa. A magnitude dos subsídios necessários é um fator condicionante para definir se o Brasil deveria incentivar projetos de exportação em lugar de servir o mercado doméstico

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