e-revista Brasil Energia 485

Brasil Energia, nº 485, 29 de fevereiro de 2024 67 A refinaria Abreu e Lima (Rnest) pode gerar até R$ 100 bilhões em faturamento, afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na cerimônia de reinauguração das obras, em fevereiro. Ao lado do presidente Lula, Prates informou que os novos investimentos – na conclusão do Trem 1 e no Trem 2 – devem ficar entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões. Esse valor, segundo ele, será equivalente aos impostos que serão recolhidos anualmente em sua plena operação. Inicialmente previsto para conclusão no começo da década passada, até hoje o empreendimento não foi completamente terminado e operou em 2022 com menos de um terço de sua capacidade de processamento prevista. A refinaria iniciou suas operações em 2014 com o primeiro conjunto de unidades (Trem 1). “Quanto o país perdeu por causa desse atraso da Rnest?”, questionou o presidente Lula durante a cerimônia, sem mencionar quanto o país perdeu no projeto até então. A direção da empresa, após a saída do PT do comando do governo federal, decidiu paralisar as obras do Trem 2 da Rnest, mesmo com cerca de 82% de execução física completada e o investimento total da Petrobras no projeto de US$ 21,35 bilhões, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU). Concebida para livrar o Brasil da forte dependência externa em óleo diesel, a refinaria tem previsão de elevar a produção atual de 100 mil barris diários de diesel para 260 mil barris em 2028, com a retomada das obras. É a mais moderna refinaria do país, com a maior taxa de conversão de petróleo cru em diesel (70%). Localizada no Complexo Industrial Portuário de Suape, a Rnest é o principal hub da Petrobras nas Regiões Norte e Nordeste, com fácil acesso aos mercados consumidores, segundo destaca, em nota, Jean Paul Prates. “Isso aqui (Rnest) não faz combustível fóssil, isso aqui faz energia líquida. Hoje, o mais acessível para a população ainda é o hidrocarboneto, mas essa refinaria vai produzir hidrogênio, e-metanol (metanol verde), o combustível dos navios do futuro, vai produzir diesel renovável 100% de origem vegetal. É uma máquina maravilhosa, do futuro. Não vai ser uma lata velha do fim do petróleo”, completou Prates. Ele disse que a refinaria estará produzindo diesel 100% limpo em 50 anos. Até lá, a refinaria será capaz de entregar combustível parcialmente verde, sem processamento de petróleo. “O petróleo pode acabar, mas a Rnest não acabará”, concluiu Prates. Segundo o TCU, desde sua concepção, em 2005, o custo da refinaria aumentou mais de oito vezes. Foram reconhecidas perdas no balanço de pelo menos R$ 15,463 bilhões, de acordo com o Tribunal em um conteúdo relacionado ao Acórdão 3.052/2016-Plenário, sob relatoria do Ministro Benjamin Zymler. O projeto original previa uma parceria entre a Petrobras e a Petróleos de Venezuela (PDVSA), o que exigiu investimentos mais robustos dadas as diferenças entre o petróleo venezue-

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