e-revista Brasil Energia 485

72 Brasil Energia, nº 485, 29 de fevereiro de 2024 Continuação Magda Chambriard agregar valor ao cru brasileiro e mitigar os grandes desembolsos decorrentes da importação de derivados. Por isso, não foi surpresa quando as importações de derivados atingiram a cifra de US$ 17,1 bilhões, de janeiro a novembro de 2023, e as importações de diesel chegaram a US$ 8,5 bilhões, no mesmo período. Em 2023, para além do diesel, cuja importação já representa 24% do consumo nacional, gasolina e nafta também se configuraram como importações relevantes (Figura 2). A preocupação com a evolução das importações de derivados, principalmente diesel, é antiga na ANP. Em 2016 a agência alertava para a crescente dependência dessas importações e seu impacto na balança comercial e na logística portuária. Em 2022, se desembolsou US$ 25,9 bilhões com importação de derivados, volume ainda maior que os US$ 17,1 bilhões reportados para o período de janeiro a novembro de 2023. A redução do dispêndio, em 2023, se deveu ao esforço da Petrobras em prol de uma melhor eficiência de refino e, ao mesmo tempo, à queda de preços no mercado internacional. Em 2023, considerando exportações e importações, as movimentações de óleo cru atingiram 2,7 milhões de bpd nos portos do país, montante nada fácil de movimentar. Importante destacar que, mesmo com as dificuldades logísticas inerentes a tão grandiosa movimentação de líquidos, e com os elevados montantes de recursos despendidos, sem expansão do refino a tendência é que cresça a dependência do derivado importado, mormente diesel para abastecimento do mercado nordestino. O Brasil é um país continental, carente de cada vez mais energia para seu crescimento. Ou amplia-se a capacidade de processamento do petróleo cru e agrega-se valor a ele no Brasil (diga-se de passagem, que foi assim que a Petrobras cresceu) ou estar-se-á desembolsando cifras bilionárias para importar cada vez mais derivados, apesar da transição energética ser uma realidade no Brasil há décadas (hidráulica, etanol, biodiesel, eólica etc). Figura 2 – Desembolso com importações de derivados Fonte: ANP Figura 3 – Variação do PIB real e das vendas de diesel pelas distribuidoras Fonte: ANP CLIQUE AQUI para continuar lendo esse artigo

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